terça-feira, 16 de março de 2010

Tio Google

Fui perguntar ao tio Google o que ele sabia sobre o Boca Cheia. Primeira tentativa: boca cheia - aproximadamente 387.000 resultados. Na primeira página não estava; nem na segunda. Vamos lá, blog do boca cheia - nada! Blog do boca cheia (é nome do blog!) - nada! Porra, pensei, vou buscar coletivo boca cheia: Maninho, não é que pegou! De prima, primeiro resultado! Estou com sorte! Mas porquê?

Como eu esteja, certa maneira, meio de banda, como se diz, com o punk, por motivos de divergências políticas (nada muito grave), tive receio de perguntar a ele? Mas, do alto do seu espírito anarquista, ele, além de me esculhambar (minha vó diria anarquisar, mas não pegaria bem já que sou meio chegado ao anarquismo), ele nos presenteou com este texto belíssimo intitulado Nada de demagogia, que, de maneira enfática e posicionamento contudente, provou que o anarquismo ainda tem bons representantes e que, se uma vez juntas, podemos engradecer a raça humana e nos harmonizarmos totalmente com todos os seres humanos e com a natureza.

Só acreditando nisso, podemos chegar o mais próximo disso! Como disse Rosseau sobre a democracia: é utopia mas é meta! Ou Milton Nascimento: "Se o poeta é aquele que sonha o que vai ser real, vou sonhar coisas boas para o meu país". Vamos sonhar para que se torne realidade. Vamos nos unir para que sejamos mais fortes.

Fácil rasgar uma folha: experimente rasgar um livro?

"Nada de demagogia!"


"As atuais investidas da administração municipal contra a população da cidade não se tratam de atitudes inesperadas. Sabemos e aprendemos no jardim de infância da sociologia, o Estado e seus braços estão para satisfazer os interesses das classes dominantes. A história demonstra que nos tempos mais remotos sempre existiu nas populações e nas massas, uma tendência criadora e solidária. Porém, os indivíduos com instinto de dominação sempre tentaram dominar as massas com suas supestições ou através do autoritarismo. Observando isso, podemos refletir mais profudamente o problema que é da ordem do dia.



Não se trata de um ato isolado. É todo um conjunto de ataques contra o povo, as investidas estão cada vez mais duras. É a tal da 'marolinha' que sacrificou milhares de empregos dos trabalhadores, na 'eterna' crise capitalista, onde a gerência de turno dos sindicatos atrelados ao Estado traem a classe trabalhadora, que vendem sangue e suor para manter de pé as universidades, por exemplo. Mas também ao nível local e global (no sentido internacional), se trata de todo um conjunto de ataques sistemáticos e organizados contra as populações que pagam a conta das crises geradas pelos parlamentos e pelos especuladores!





A canalhice do sistema de transporte público é apenas um pequeno reflexo de toda um cenário global em que estamos inseridos. Mesmo se tapando os olhos para o problema, facilmente se é atingindo por séculos de exploração e submissão aos poderosos. Estamos testemunhando o que o avanço tecnológico pode proporcionar nas mãos das classes dominantes. Quem não orgulho de ser amazonense com a Televisão bombardeando diariamente as casas amazonenses com os 'avanços' e 'feitos' dos atuais governos? Não somos a sede da copa (in)sustentavel? Temos o programa ambiental que faz sucesso internacional, apesar de ter virado programa urbanistico!



Estão brincando com nossa inteligência de apreensão da realidade, do que é falso e o que é real. A 'verdade' poderia ser muito facil de ser conquistada, mas é muito dificil romper o 'espelho', pois ele gera o desencantamento. Podemos construir os debates mais calorosos e grandes de 'mudança' de mundo. Porém, antes de tudo é necessário estar preparado para rompimentos e obrigações. A simples apreensão da realidade é muito díficil, pois se trata se ir de encontro do que foi ensinado pelos 'pais' e pela 'escola'.



Por isso eu digo, nada de demagogia! Devemos sim pensar em modos construtivos de 'mudanças' - não digo revolução, ainda - mas que essas ações signifiquem todo um rompimento com o velho modo de encarar a realidade. Não podemos dizer aos calouros, por exemplo, que a exploração do homem pelo homem vai acabar por si só e nós mesmos não devemos atuar firmemente para isso, rompendo e construindo. Devemos fazer eles buscarem a verdade por si mesmos! Nós que 'conhecemos' algo mais, podemos prever que para isso é necessário grandes lutas. Mas pra emancipar os cérebros percisamos apelar para a iniciativa de CADA UM, pois somente a união das iniciativas individuais podem vencer essa luta. Não se pode esperar sentado, mas podemos construir juntos, apostando nas iniciativas individuais e conscientes.


Por isso dou total apoio a qualquer iniacitiva subversiva, porém me oponho incondicionalmente a tentativa de utilizar os secundaristas como massas - de manobra -, eles são seres humanos que sentem na pele o que a canalha do capital internacional torna possível, ELES NÃO SÃO VOLUMES! NÃO DEVEMOS GUIAR AS MASSAS, DEVEMOS DAR O EXEMPLO! só assim podemos esperar que eles mesmo sejam capazes de andar pelas próprias pernas. Nós conhecemos nossos inimigos! Sou totalmente contrário as velhas 'entidades representativas' que já demonstram para que vieram!


Mudanças só virão com o rompimento com o velho. Não compactuo com o 'NOVO QUE NASCEU VELHO'.

"Me utilizo de um anarquista para lançar luz sob a questão : 'Sabemos que o caminho para percorrer poderá ser largo. Mas sabemos também que essa luta seria todavia mais extensa se cada indivíduo vacilar em emancipar-se, pessoalmente, dos prejuízos que tenha herdado' p. kropotkin".

Um comentário:

  1. Concordo quando dizes "eterna crise capitalista" porque o capitalismo realmente é um sistema que vive em crise, não, esse é o casamento, na verdade, o capitalismo vive da própria crise gerada por uns em função do bem estar propiciado para esse mesmos uns, em detrimento de muuuuuitos, que ficam por fora de quase tudo. Sua única função é consumir. Informação, comida, roupas, mas, principalmente, coisas que não precisamos.

    Concordo quando dizes que "a simples apreensão da realidade é difícil, mas não é só a família e escola que enganam, também a publicidade, o jornalismo, a mídias em geral o fazem.

    Quanto a ''fazê-los buscar por si próprios" gostei muito do fazê-los? Aí entra um conflito do que é próprio. Mas precisamos interagir com eles, comunicando-nos mutuamente e aprendendo uns com os outros. Não nos colequemos numa posição de conhecedores "de algo mais", pois todos sabemos coisas que ninguém mais sabe e vice-versa, se é que me fiz entender.

    Acho que estamos no caminho certo! Ah, e os secundaristas não são massa de manobra, só que quem chega neles primeiro é sempre o lado mais forte e organizado politica e hierarquicamente.

    Acho que estamos no caminho certo. Divulgaremos o blog, o jornal, os luaus e recitaus e eventos aca~dêmicos e polítcos pela UFAM e se pá pelo mundo. Precisamos apenas querer e ver na nossa cabeça essa possível realidade. Viva Zapata. Viva Zumbi! Viva Jesus e todos os que resistiram!

    ResponderExcluir